A indústria brasileira de alimentos e bebidas faturou ao todo R$ 789,2 bilhões em 2020, o que representa nada menos que 12,8% do PIB nacional, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – ABIA. Mas a possibilidade de que a crise econômica se estenda de modo indefinido acendeu o sinal amarelo entre as empresas do setor.

Em março, associações que reúnem mais de 80% dos produtores e distribuidores de alimentos no Brasil lançaram um manifesto público que ressalta a essencialidade do setor de alimentos e bebidas, e clama para que o poder público evite medidas que possam representar risco de desabastecimento e desperdício de alimentos.

A mobilização faz eco às preocupações do segmento de bares e restaurantes, um dos mais afetados pela crise sanitária, e de um outro setor vital para a segurança alimentar da população, o de transportes, onde 42,3% das empresas projetam encerrar o ano no prejuízo, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Transporte – CNT.

Gestão de risco
Para superar a atual situação, o setor de alimentos e bebidas ressalta a importância de se intensificar a vacinação da população e de se evitar medidas que comprometam o fluxo logístico pleno, garantindo o funcionamento de fábricas; o acesso aos insumos de produção; a operação contínua da cadeia de armazenamento, distribuição e vendas; e a locomoção de caminhões e de veículos de transporte de empregados do setor alimentício.

É uma postura que busca reduzir os riscos ligados à pandemia, que atingiu os diversos segmentos dessa indústria e impôs uma nova dinâmica de comercialização de bens e serviços, caracterizada por revisão de planejamentos, renegociação de contratos e atendimento a rigorosos requisitos sanitários.

Este novo contexto, cada vez mais complexo e imprevisível, vem obrigando os operadores logísticos e transportadoras a se transformar para dar conta de uma nova realidade de gestão, orientada por dados e em franca digitalização.

Logística segura de ponta a ponta
Um efeito positivo da pandemia sobre o comportamento das pessoas reside na  revalorização da segurança alimentar, que teve resgatado seu benefício de fortalecer o sistema imunológico e evitar doenças infectocontagiosas. Na indústria, essa mudança se refletiu num aumento de exigência sobre os padrões de segurança, principalmente nas etapas de manuseio e selagem de mercadorias ao longo de toda cadeia.

Frente às medidas de restrição impostas pelas autoridades, o replanejamento e o investimento em novas tecnologias foi uma constante para os operadores logísticos e transportadoras neste período, buscando garantir a segurança na entrega sem prejuízo da agilidade e do cumprimento de prazos.

Do B2B ao B2C
As empresas do setor logístico têm encontrado desafios distintos nos diferentes canais de abastecimento do setor de alimentos. Embora com oscilações no volume de vendas e nos ritmos de suprimento, o B2B ligado ao grande varejo e atacadistas não chegou a ser interrompido.

Realidade bem distinta à do B2B da rede de bares e restaurantes, com queda abrupta de vendas e impacto direto sobre o abastecimento, que resultaram no fechamento de 350 mil estabelecimentos nos últimos 12 meses, sendo 50 mil apenas no primeiro trimestre de 2021.

Um cenário mais favorável se desenha, desde o início da pandemia, no grande movimento em mercados de bairros residenciais por todo o país. Aqui, a maior capilaridade de entregas exige dos operadores grande controle sobre estoques, com ajuste fino das rotas de entrega.

Estímulo à inovação e digitalização
O mesmo ocorre no canal B2C, que viu um crescimento vertiginoso do volume de vendas pelo comércio eletrônico. O aumento repentino na demanda por produtos de consumo imediato nas plataformas virtuais desequilibrou as curvas de demanda relativamente estáveis com que a indústria se acostumou a trabalhar. As vendas de pronta entrega que hoje preponderam neste canal exigem grande agilidade de operadores e transportadores para atender a uma maior frequência de reposição de estoques, com cargas diversificadas e pequenos volumes.

Vem do e-commerce, assim, o maior estímulo à inovação e à digitalização, que rapidamente se tornaram premissas de operação para a logística nacional. A busca por uma gestão avançada de estoques e por um salto de produtividade nas operações colocou à prova os modelos convencionais de gestão, obrigando as empresas do setor a se atualizar tecnologicamente – o que significa embarcar o quanto antes numa jornada digital que promete conferir visibilidade a toda a cadeia logística e pautar em dados as tomadas de decisão de curto e longo prazo.

Na indústria de alimentos e bebidas, como nos demais segmentos da atividade econômica, a atual crise sanitária representa um desafio sem precedentes para o setor logístico, fazendo-o protagonista nos debates que buscam soluções eficientes para enfrentar condições austeras de mercado – ou para aproveitar as oportunidades que se apresentam mesmo em meio às maiores dificuldades.

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